sexta-feira, 15 de julho de 2011

astronauta



 estrelas coloridas esculpidas com barro e mel

2 comentários:

luiz gustavo disse...

filigranas



sugar o céu
pelos poros das estrelas
em filigranas onde as dobras
das rugas são labirintos lábios

meus olhos de veludo
sobre esta pele açulada
como urdidura

penetro-a -
não como pássaro de seda
tuas entranhas - mas vampiro -
e aqui o poema espuma
toda volúpia da palavra núpcia
sereno céu silêncio de plumas

ouve o rumor da garoa
agora sobre a grama
a derramar-se em ranhuras
no âmbito da crisálida

esta página
de verbos sonhos signos
entre pedras desliza
sobre pedras e o poema
se faz nada e cicia:

à deriva o ventre se modula

- e a vida - se fragmenta

esta que se descobre
outra em torpor de nácar
entre crepúsculo tulipas
e néctar

quem deslinda o que escrevo
acena com a língua
à fímbria do teu segredo
sobretudo o fôlego
do poema que finda
em decrescente relevo

e dizer
à sombra do luar que hausto
as pálpebras fenecem
em glaucas escrituras

luiz gustavo disse...

o labirinto



é aqui
o provisório abismo
este rosário de calêndulas ?

pálido pêndulo de asas
horizonte de estrelas donzelas

- calendários -

é aqui
o solitário pórfiro
este imaginário de istmos ?

dilúvio desvio de lírios
rios de urânios píncaros

- imagismos -

é aqui
o purgatório cósmico
este estrelário de brilhos ?

luxúria lunária de chumbo
solventre de escamas agônicas

- estribrilhos -