filigranassugar o céupelos poros das estrelas em filigranas onde as dobrasdas rugas são labirintos lábiosmeus olhos de veludosobre esta pele açuladacomo urdidurapenetro-a -não como pássaro de sedatuas entranhas - mas vampiro -e aqui o poema espumatoda volúpia da palavra núpciasereno céu silêncio de plumas ouve o rumor da garoaagora sobre a gramaa derramar-se em ranhurasno âmbito da crisálidaesta página de verbos sonhos signos entre pedras desliza sobre pedras e o poema se faz nada e cicia:à deriva o ventre se modula - e a vida - se fragmenta esta que se descobreoutra em torpor de nácarentre crepúsculo tulipase néctar quem deslinda o que escrevoacena com a língua à fímbria do teu segredosobretudo o fôlegodo poema que findaem decrescente relevoe dizerà sombra do luar que haustoas pálpebras fenecemem glaucas escrituras
o labirinto é aqui o provisório abismo este rosário de calêndulas ? pálido pêndulo de asas horizonte de estrelas donzelas - calendários - é aquio solitário pórfiroeste imaginário de istmos ? dilúvio desvio de líriosrios de urânios píncaros - imagismos - é aqui o purgatório cósmico este estrelário de brilhos ? luxúria lunária de chumbo solventre de escamas agônicas - estribrilhos -
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2 comentários:
filigranas
sugar o céu
pelos poros das estrelas
em filigranas onde as dobras
das rugas são labirintos lábios
meus olhos de veludo
sobre esta pele açulada
como urdidura
penetro-a -
não como pássaro de seda
tuas entranhas - mas vampiro -
e aqui o poema espuma
toda volúpia da palavra núpcia
sereno céu silêncio de plumas
ouve o rumor da garoa
agora sobre a grama
a derramar-se em ranhuras
no âmbito da crisálida
esta página
de verbos sonhos signos
entre pedras desliza
sobre pedras e o poema
se faz nada e cicia:
à deriva o ventre se modula
- e a vida - se fragmenta
esta que se descobre
outra em torpor de nácar
entre crepúsculo tulipas
e néctar
quem deslinda o que escrevo
acena com a língua
à fímbria do teu segredo
sobretudo o fôlego
do poema que finda
em decrescente relevo
e dizer
à sombra do luar que hausto
as pálpebras fenecem
em glaucas escrituras
o labirinto
é aqui
o provisório abismo
este rosário de calêndulas ?
pálido pêndulo de asas
horizonte de estrelas donzelas
- calendários -
é aqui
o solitário pórfiro
este imaginário de istmos ?
dilúvio desvio de lírios
rios de urânios píncaros
- imagismos -
é aqui
o purgatório cósmico
este estrelário de brilhos ?
luxúria lunária de chumbo
solventre de escamas agônicas
- estribrilhos -
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